terça-feira, 3 de setembro de 2013

Autocontrole

Funciona... mas de vez em quando, mantenha distância!

Tenho aprendido que autocontrole é uma das ferramentas para deixar a vida mais leve, aprendi e ainda aprendo que ora ele funciona como um bálsamo, e você pensa: "ai se eu não tivesse pensado antes de fazer isso, teria sido uma estúpida, ora você se sente uma estúpida por tê-lo usado!"

Portanto, às vezes é melhor manter distância dele, pois ao invés de te ajudar ele acaba por deixar sua vida chata e cheia de dedos.

Como tudo na vida, é preciso uma estabilidade, mesmo que ela não seja contínua, e de verdade, nada na vida é um harmônico e calmo equilíbrio, graças à Deus.

Sabemos, desde sempre que:"tudo que é demais enjoa", com o autocontrole não é diferente, é necessário um tanto de "tato", saber onde usar e como usar, se não, meu caro(a), tudo irá por água abaixo.

No meu caso, por ser uma canceriana nata,por sentir demais e por sempre querer ajudar as pessoas, e exatamente por isso... nessa de ajudar, acabo atrapalhando.

Tenho uma visão um tanto aflorada, e gosto que os amigos próximos me mostrem quando não estou vendo algo racional em determinada situação, e é dessa maneira que eu faço com as pessoas próximas, tento "alertá-las" para um não aborrecimento futuro.

O que acontece é que: nem todas as pessoas querem ou podem ver "o que eu vejo", nessa hora entra o autocontrole, nessa hora ele vai agir como  uma contenção da minha vontade de querer que o outro não cometa um erro "que na minha concepção viria a ser um erro", aí, com toda minha razão... paro, penso e analiso, ainda, respiro... penso mais um pouco, silencio e deixo que o outro seja, que ele experimente aquilo que na minha vivência não foi "legal", mas que para ele pode não ter sido tão ruim, e,  mesmo que tenha chegado a ser ao menos ele pôde experienciar em sua própria pele.

Acredito, que o autocontrole muitas vezes falta nos pais,por exemplo, eles desejam que seus filhos não cometam as mesmas falhas que eles ou que não passem por situações que eles mesmos passaram (imagino que não façam por mal), então, eles "invadem" a vida de seus filhos com algumas regras absurdas e muitas vezes projetam neles o que eles não puderam ser, ou não tiveram como ser, ao invés de ter uma simples conversa, para que ele possa escolher o que fazer.


Faço um adendo aqui que a citação acima foi apenas um comparativo e em nenhum momento estou generalizando a forma de educar dos pais para com seus filhos, citei exemplos de situações que presenciei e que fizeram parte da minha vida e que elucidam o tema deste post.


E, para mim, ser pai também é ter autocontrole, é aceitar que aquele "serzinho que eu gerei" também pode ser, por mais que doa, por mais difícil que aparente...aprender a "me segurar", isso é se controlar.

Eu passei a entender que não é porque eu passei por uma situação semelhante a do outro, significa que vai ser tão doído para ele quanto foi para mim ou vice-versa, cada um experiencia a mesma situação de formas totalmente distintas, porque cada um tem dentro de si uma história.

Como ainda não sou mãe, esse exemplo dos pais ficará somente na teoria, mas também vou deixar outros exemplos que na prática funcionam para mim.

Vamos lá, digamos que você se interesse por alguém, mas por ainda não saber onde está pisando.. você não sabe se a recíproca é verdadeira, a priori você tentará saber se a pessoa tem alguém, se ela tem os mesmos gostos que você, certo?

Nesse momento, você começa "uma investigação" toda cuidadosa e cautelosa sobre o outro, isso tem um tanto de autocontrole, porque querendo ou não, você não vai sair invadindo a privacidade do outro, certo? E, depois de um tempo, vocês vão se conhecendo, vão sabendo dos gostos e essa relação pode vir a progredir.

Mas com determinadas pessoas isso não é possível, porque algumas pessoas se controlam tanto, controlam tanto seus sentimentos que mesmo que exista alguma certeza do além, você ficará com a certeza concreta de que realmente essa pessoa não dá a mínima para você.

E aí o autocontrole deve entrar em ação, como?
Reduzindo a frequência do contato, porque se não é recíproco, não é saudável, concorda?
E se não é saudável, porque manter?

Na minha visão, existem duas vertentes para o autocontrole, e uma delas eu não faço questão de aprender, e, logo, falarei para você meu motivo.

A primeira forma de aprender a usar o autocontrole é para mim a mais saudável, é uma ação para seu próprio bem-estar, que te orienta, que é quando você não é aliado de impulsos, como por exemplo: se alguém te fala umas verdades e isso te fere, você tem duas opções: na hora da raiva falar tudo que vier na mente e acabar "perdendo a razão" ou ainda assim se acalmar, pensar no que falar de forma que não fira o outro, e mais uma situação: não falar nada. Nos dois últimos exemplos, você terá uma contenção de emoção... tomado pela razão, você pensará na sua ação, essa reflexão já está utilizando do autocontrole, e nesse caso, só vejo benefícios, porque em primeiro lugar, você se cuidou e por consequência cuidou do outro, na forma de expor ou de não se expor. 

Na primeira opção que eu dei, na hora da raiva, você esquece tudo que é racional e deixa toda a sua ira tomar conta, e responde na mesma altura da crítica, não que esteja errado, mas não há amadurecimento, não há crescimento para nenhuma das partes.

Aí vocês me perguntam, mas eu sempre vou ter que me controlar? Eu digo que não! Não, porque somos humanos, terá dias que as emoções falarão mais alto, mas depois de ter aprendido a colocar em prática o autocontrole você saberá quando usar ele a seu favor e mesmo que de vez em quando aconteça umas escorregadas, você ao menos já sabe, como usá-lo, certo?

A vertente que eu sou contra, é quando usamos o autocontrole para nos controlar em todas as nossas ações, e esta não é uma opção saudável a meu ver, porque aí você passa a controlar tudo, seus sentimentos, a forma como irá tratar as pessoas, a forma como interagir com as pessoas, e aí tudo fica automático, e você deixa de agir como ser humano que é, ora o autocontrole funcionará e ora não, e não precisamos nos sentir mal por isso, porque em humanos nada terá papel irreversível, falhar é algo para nosso crescimento, e se não fossem os erros não haveriam aprendizados.

O autocontrole é só mais uma forma de defesa de nós mesmos perante a tantas situações da vida, pois, no mundo que vivemos hoje as pessoas se controlam mesmo e algumas demasiadamente, e em algumas situações devemos manter distância desse controle, principalmente: quando entramos em contato com a dor do outro, com questões que necessitam de nossa opinião ou de nosso movimento, movimento esse que exige de nós emoção.

Para tudo existe uma dose, eu estou aprendendo a usar a minha medida, a minha dose, espero que você aprenda a sua.
E nessa hora não adianta a história que o outro conta, é preciso arregaçar as mangas e experimentar para saber qual será a sua!!!

Sei que nesse post tem algumas contradições, e elas são propositais, pois isso significa que mesmo defendendo algumas ideias, ideais, convicções, teorias, seja lá o nome que você quiser dar para seus pensamentos, em algum momento, vamos nos contradizer.

Até o próximo post!
Abraços,


Dani Martins.


PS: Deixo uma música para me contradizer um pouco mais, rs!  


9 comentários:

  1. Gostei bastante, Dani! Continue publicando essas idéias e pensamentos incríveis, você manda bem! ;)

    Bjo.

    Gabriela

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  2. Adorei, Daninha! Acho que estamos sempre caminhando para encontrar essa dose... muito bom seu texto!

    A gente tem que fazer uma canção em homenagem à nossa fodástica Turma X! Vi o "retalhos" no cabeçalho e logo me veio isso à cabeça, rsrs.

    Bjs!

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  3. Gabi obrigada por comentar, vou me inspirar mais e vou continuar escrevendo sim, é um dos meu prazeres!

    Mat, Obrigada... e vamos fazer essa canção mesmo! Bora, colocar em prática?!

    Beijos, queridos!

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  4. Gostei da sua reflexão, amiga!
    Muitos pensamentos foram me acometendo enquanto lia... E como é difícil esse tal de autocontrole, não?! Será que sempre temos consciência quando estamos "a nos controlar"? E como saber se o outro está se controlando ou não?! Ou se aquilo que aparece é o que realmente é [para o outro]? E será que precisamos saber? ...

    Muitas inquietações boas! :D
    Continue escrevendo! Vou te lendo e junto com você vou pensando e repensando.

    (Gostei da ideia do Mat sobre a música! Apoiado!)

    Beijão, linda!

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  5. Ye, obrigada por comentar e principalmente por ler meu post!!!
    Suas reflexões tb sempre me fazem pensar, e realmente não tem como conscientemente saber se conseguimos sempre nos controlar, ainda mais no que se refere ao outro.
    O que eu posso saber é de mim, e assim fazer as minhas escolhas perante as ações do outro.

    Outro beijão, Ye Ye!

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  6. Nossa...adorei seu post! Me vi em muitas situações, a medida em que ia lendo ia relacionando as coisas!
    Na parte da projeção dos pais sobre os filhos principalmente, pq me vi muito ali. A gente acaba sim fazendo isso, e acredito que não seja por mal,mas sim por querer o melhor para eles. Mas, quem disse que o que é bom pra nós pode ser bom para os outros? A clássica frase se aplica: Errei tentando acertar...

    Continue escrevendo, e principalmente me chamando pra ler...grande beijo!

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  7. Andréia (Déia), com certeza, e quem diz que mesmo usando o controle estamos acertando, não é?
    Por isso existe uma medida, uma dose... que tem mais a ver com nossa intuição do que com nossa razão!!

    Beijos e obrigada por comentar e ler meus post, vc é uma leitora antiga e uma amiga das antigas ;)

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  8. Amei Dani, por mais que a gente diga que não, somos todos um pouco controladores porque achamos que sempre temos razão, um pouco de prepotência de nossa parte!
    Enfim, só com o tempo vamos aprender que não podemos dar soluções definitivas para outras pessoas em relação a nada, só perguntar á pessoa:o que você acha melhor para você? Porque? Vai te fazer feliz?
    As vezes perguntas são melhores que conselhos.
    Seu Blog está lindo.
    Fafá.

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  9. Muita honra ter você aqui Fafa, como todos meus queridos amigos!!

    Um beijo.

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