terça-feira, 20 de setembro de 2016

São Paulo...um novo caso de amor!

Hoje bateu uma vontade de entrar neste blog, que a priori está abandonado de escritas...rs.
Há tempos tenho pensado o quanto eu gostava de escrever, mas também tenho estado travada para tal ação...
Fiquei a pensar os motivos, antes tinha tanto tempo para escrever e agora me falta tempo, e fiquei pensando, por que?
Acredito que porque viver aqui (São Paulo) não é para qualquer um, porque a cidade te engole, te consome, as pessoas correm contra o tempo, contra o vento, contra a chuva, contra as filas... mas é inevitável, você se endurece um pouco estando aqui...
Para mim que sou ou era uma poço de sensibilidade por um lado foi bom endurecer, mas confesso que tenho um receio danado de ficar dura demais, de perder o "tato" e a "mão", passei por muitas experiências em um intervalo pequeno de tempo, e isso me fez mais forte...
Em quase dois anos de São Paulo, me tornei Pauslistana, aprendi que o ditado se torna real a cada dia "São Paulo é uma selva de pedras", a começar pelas filas tão engessadas para pegar o metrô cotidianamente...pela falta de gentileza de alguns seres com outros seres...humanos!?
Estar aqui me permitiu muitas coisas, abandonar muitos dos meus medos, arriscar sabendo que poderia dar tudo errado, mas também, descobrir que posso o que eu quiser, aprendi que posso ir ao cinema sozinha, andar sozinha pelas ruas da cidade, explorar o bairro, ir ao parque andar de bike, comer sozinha em qualquer lugar, porque no interior as pessoas te veem muito solitária fazendo isso..
Percebi que nem sempre meus amigos permaneceriam ao meu lado, porque agora não fico a 50 km de Itirapina (minha cidade natal), mas sim quase 250 km.
Deixei Araras por não caber mais lá, por achar que todas as possibilidades ali, haviam se esgotado, mas sinto uma saudade danada do que aquela cidade me causou, e deixo o registro que estar lá por quase 7 anos fez toda a diferença,  foi um grande divisor de águas em minha vida.
Mas, estar aqui me permite conhecer pessoas diferentes, estar com pessoas que me amam, que querem a minha presença, que gostam da minha cia, que me acolheram desde que cheguei...
Mas, como perco o foco rapidamente, não era disso que eu estava falando, mas sim do tempo que fiquei sem escrever, e fiquei porque quis, porque achei que era preciso dar um tempo, até para pensar qual necessidade era essa de precisar externalizar tanto o que estava dentro, e hoje percebo que posso fazer as duas coisas, externalizar e internalizar e não tenho nenhum problema em fazer qualquer uma delas.
Percebi como meus textos eram gigantes e talvez por preguiça eles comecem a ser mais breves, rs!
Estando aqui descobri algumas coisas: Posso ficar sem emprego, mas não sem saúde, SP é a cidade das oportunidades, mas nem todas as pessoas estão prontas para a vida aqui, muitas pessoas adoecem, entristecem, confesso que passei pela fase de entristecimento, de sair no quintal olhar para o céu, e sentir falta da lua e das estrelas, e sempre que vou para o interior, corro e olho para o céu...rs, também sinto falta também da facilidade que era morar no interior, era tão mais fácil para ver minhas/meus amigas/amigos, São Paulo às vezes te afasta das pessoas que você mais ama, mas também te ensina a valorizar as/os que estão sempre por perto, ou fazem o esforço de estarem perto mesmo que longe. 
Enfim, esse post é apenas uma "palhinha" para vocês que me acompanharam, passam agora a acompanhar, sim, eu estou VIVINHA!!!!

Até breve, ou não...hahahahahaha.

Beijos, Daniela Martins :)



sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Minha carta de alforria de você.



Será que você não percebe? Não percebe que ela já sabe conviver sem sua presença física?

Será que você ainda não percebeu que ela amadureceu? E que hoje mesmo com todo o sentimento ou fantasia que ela carrega de você, ela sobrevive?

Será que você não vê que ela está pronta? Está pronta para amar novamente de uma forma inteira, forma esta que vocês dois nunca puderam amar? Ela está pronta, mas com um diferencial, ela se curou da dependência emocional que você dizia que ela tinha... ela conseguiu superar mais essa, e você foi surpreendido mais uma vez ou não.

E, agora sem pressa, ela vive por aí cantando, rindo, lendo, escrevendo, ora chorando... ela está cuidando mais dela, está fazendo tratamento para não ficar velha tão rápido, afinal, falta pouco para os 30, e mesmo tendo essa “cara” de menininha, ela tem usado uns cremes de anti-sinais e manchas e tem se divertido com isso.

Ela está bem e está vivendo, ela ainda tem aquele jeito doce e ácido ao mesmo tempo, ainda é sensível, e ficou mais forte diante de algumas circunstâncias, como nesta história, por exemplo, e que de alguma forma ela quis viver com você,quis ter uma história de verdade, e sutilmente, do jeito dela... ela te mostrou... mas você fingiu ou realmente não viu. Mas, não se preocupe, agora ela viu que você (real) não é nada parecido com a fantasia que ela tem você, ela sabe que não é você, mas você tem alguns traços que ela atribuiu a essa pessoa que vive na fantasia dela.

Sabe, uma hora alguém bacana vai se aproximar e vai poder estar com ela de uma forma que você nunca esteve, talvez por não ter querido isso de verdade, e por outro lado, o que mais ela não entendia, porque mesmo depois de todas as investidas dela, você também nunca teve coragem de dizer nada, nem um NÃO que fosse, mesmo quando tudo exigia de você ao menos uma posição,você sempre preferiu a distância e o silêncio.

Agora vou te contar, esse seu jeito desestruturava ela de uma forma que você nem imagina, ela patinava há dias até conseguir colocar a bagunça dentro do baú novamente, mas mesmo assim todas as suas idas e vindas foram ensinando ela lidar melhor com isso.

Ela não acredita mais em contos de fadas, e ela sabe que se existir alguém e este aparecer, ela só o deixará entrar...se ele conseguir ser, ela quer alguém que saiba se proteger, que seja tão independente quanto você, mas que não tenha medo de mostrar suas fraquezas... como um dia você fez estando “lá fora”, mas ao chegar de novo “aqui”, se fechou e decidiu endurecer novamente.

Ela entende que você tenha seus medos, sabe que você não sabe lidar com sentimentos e coisas abstratas, ela entende que você não sabe como agir com essas coisas do coração, e ainda, ela sabe que você não quer agir, está cômodo aí, não é? Você conquistou tudo o que você quis, fez tudo que você queria fazer, ela te admira por isso, mas ela não sabe como alguém pode viver sem amor.

E ela pediu para te contar, que um dia desses ela acordou cansada de alimentar isso tudo sozinha, e resolveu colocar um ponto final nessa história da “cabeça dela”, porque ela percebeu que “isso” é só dela, e que você não tem nada a ver com isso, ela esperou muitas coisas vindas de você ainda mais depois desses encontros todos ao longo desses 15 anos, e mesmo sem ter nada do outro lado, ela sempre esperou algo, mesmo que um resumido NÃO, mas nem esse veio, então, como ela não quer mais viver 15 anos nesse “chove não molha”, hoje ela decretou sua liberdade, e essa talvez seja a carta de alforria dela. E, mesmo ela sabendo que você não se interessa muito, ela resolveu te contar.

A partir de hoje, ela estará mais atenta aos olhares alheios, e o mais bacana, ela está ao meu lado ditando essas palavras, ela sorri enquanto dita, nunca a vi tão segura, e ela está em paz... paz essa que há anos não habitava seu ser.

Hoje, ela não quer mais esperar ... ela não vai mais esperar por você, e na verdade acho que ela nunca deveria ter esperado nada de você, não é?

Ela sabe que foi tola, ela sabe que você deve estar rindo, e ela fica feliz que mesmo nesse momento ela te faça rir de alguma forma, ela sempre gostou de te ver rindo, essa risada aí escancarada.

Mas, agora ela vai seguir sozinha... sem você, mas não sem você pessoa, porque você nunca esteve com ela, sem você fantasma, sem as expectativas que ela atribuía a qualquer coisa que vinha de você.

Ela está se sentindo livre para ser sozinha, e mesmo que essa tal companhia que ela está pronta para receber não venha, ela ficará bem.

Ah, e antes de terminar ela me disse para avisá-lo, que ela sente muito por tudo isso ter sido só dela, e mesmo sabendo que ela mexe com você, ela sente muito, porque mesmo finalizando esse ciclo de fantasias, e tirando você dos pensamentos delas que eram diários até então, ela carregará a certeza que vocês seriam muito bons juntos, mas como muitas histórias, essa não era para ser, porque uma relação saudável é feito de duas pessoas inteiras com uma imensa vontade de dividir a vida e o que mais esteja incluso nela! 

terça-feira, 3 de setembro de 2013

Autocontrole

Funciona... mas de vez em quando, mantenha distância!

Tenho aprendido que autocontrole é uma das ferramentas para deixar a vida mais leve, aprendi e ainda aprendo que ora ele funciona como um bálsamo, e você pensa: "ai se eu não tivesse pensado antes de fazer isso, teria sido uma estúpida, ora você se sente uma estúpida por tê-lo usado!"

Portanto, às vezes é melhor manter distância dele, pois ao invés de te ajudar ele acaba por deixar sua vida chata e cheia de dedos.

Como tudo na vida, é preciso uma estabilidade, mesmo que ela não seja contínua, e de verdade, nada na vida é um harmônico e calmo equilíbrio, graças à Deus.

Sabemos, desde sempre que:"tudo que é demais enjoa", com o autocontrole não é diferente, é necessário um tanto de "tato", saber onde usar e como usar, se não, meu caro(a), tudo irá por água abaixo.

No meu caso, por ser uma canceriana nata,por sentir demais e por sempre querer ajudar as pessoas, e exatamente por isso... nessa de ajudar, acabo atrapalhando.

Tenho uma visão um tanto aflorada, e gosto que os amigos próximos me mostrem quando não estou vendo algo racional em determinada situação, e é dessa maneira que eu faço com as pessoas próximas, tento "alertá-las" para um não aborrecimento futuro.

O que acontece é que: nem todas as pessoas querem ou podem ver "o que eu vejo", nessa hora entra o autocontrole, nessa hora ele vai agir como  uma contenção da minha vontade de querer que o outro não cometa um erro "que na minha concepção viria a ser um erro", aí, com toda minha razão... paro, penso e analiso, ainda, respiro... penso mais um pouco, silencio e deixo que o outro seja, que ele experimente aquilo que na minha vivência não foi "legal", mas que para ele pode não ter sido tão ruim, e,  mesmo que tenha chegado a ser ao menos ele pôde experienciar em sua própria pele.

Acredito, que o autocontrole muitas vezes falta nos pais,por exemplo, eles desejam que seus filhos não cometam as mesmas falhas que eles ou que não passem por situações que eles mesmos passaram (imagino que não façam por mal), então, eles "invadem" a vida de seus filhos com algumas regras absurdas e muitas vezes projetam neles o que eles não puderam ser, ou não tiveram como ser, ao invés de ter uma simples conversa, para que ele possa escolher o que fazer.


Faço um adendo aqui que a citação acima foi apenas um comparativo e em nenhum momento estou generalizando a forma de educar dos pais para com seus filhos, citei exemplos de situações que presenciei e que fizeram parte da minha vida e que elucidam o tema deste post.


E, para mim, ser pai também é ter autocontrole, é aceitar que aquele "serzinho que eu gerei" também pode ser, por mais que doa, por mais difícil que aparente...aprender a "me segurar", isso é se controlar.

Eu passei a entender que não é porque eu passei por uma situação semelhante a do outro, significa que vai ser tão doído para ele quanto foi para mim ou vice-versa, cada um experiencia a mesma situação de formas totalmente distintas, porque cada um tem dentro de si uma história.

Como ainda não sou mãe, esse exemplo dos pais ficará somente na teoria, mas também vou deixar outros exemplos que na prática funcionam para mim.

Vamos lá, digamos que você se interesse por alguém, mas por ainda não saber onde está pisando.. você não sabe se a recíproca é verdadeira, a priori você tentará saber se a pessoa tem alguém, se ela tem os mesmos gostos que você, certo?

Nesse momento, você começa "uma investigação" toda cuidadosa e cautelosa sobre o outro, isso tem um tanto de autocontrole, porque querendo ou não, você não vai sair invadindo a privacidade do outro, certo? E, depois de um tempo, vocês vão se conhecendo, vão sabendo dos gostos e essa relação pode vir a progredir.

Mas com determinadas pessoas isso não é possível, porque algumas pessoas se controlam tanto, controlam tanto seus sentimentos que mesmo que exista alguma certeza do além, você ficará com a certeza concreta de que realmente essa pessoa não dá a mínima para você.

E aí o autocontrole deve entrar em ação, como?
Reduzindo a frequência do contato, porque se não é recíproco, não é saudável, concorda?
E se não é saudável, porque manter?

Na minha visão, existem duas vertentes para o autocontrole, e uma delas eu não faço questão de aprender, e, logo, falarei para você meu motivo.

A primeira forma de aprender a usar o autocontrole é para mim a mais saudável, é uma ação para seu próprio bem-estar, que te orienta, que é quando você não é aliado de impulsos, como por exemplo: se alguém te fala umas verdades e isso te fere, você tem duas opções: na hora da raiva falar tudo que vier na mente e acabar "perdendo a razão" ou ainda assim se acalmar, pensar no que falar de forma que não fira o outro, e mais uma situação: não falar nada. Nos dois últimos exemplos, você terá uma contenção de emoção... tomado pela razão, você pensará na sua ação, essa reflexão já está utilizando do autocontrole, e nesse caso, só vejo benefícios, porque em primeiro lugar, você se cuidou e por consequência cuidou do outro, na forma de expor ou de não se expor. 

Na primeira opção que eu dei, na hora da raiva, você esquece tudo que é racional e deixa toda a sua ira tomar conta, e responde na mesma altura da crítica, não que esteja errado, mas não há amadurecimento, não há crescimento para nenhuma das partes.

Aí vocês me perguntam, mas eu sempre vou ter que me controlar? Eu digo que não! Não, porque somos humanos, terá dias que as emoções falarão mais alto, mas depois de ter aprendido a colocar em prática o autocontrole você saberá quando usar ele a seu favor e mesmo que de vez em quando aconteça umas escorregadas, você ao menos já sabe, como usá-lo, certo?

A vertente que eu sou contra, é quando usamos o autocontrole para nos controlar em todas as nossas ações, e esta não é uma opção saudável a meu ver, porque aí você passa a controlar tudo, seus sentimentos, a forma como irá tratar as pessoas, a forma como interagir com as pessoas, e aí tudo fica automático, e você deixa de agir como ser humano que é, ora o autocontrole funcionará e ora não, e não precisamos nos sentir mal por isso, porque em humanos nada terá papel irreversível, falhar é algo para nosso crescimento, e se não fossem os erros não haveriam aprendizados.

O autocontrole é só mais uma forma de defesa de nós mesmos perante a tantas situações da vida, pois, no mundo que vivemos hoje as pessoas se controlam mesmo e algumas demasiadamente, e em algumas situações devemos manter distância desse controle, principalmente: quando entramos em contato com a dor do outro, com questões que necessitam de nossa opinião ou de nosso movimento, movimento esse que exige de nós emoção.

Para tudo existe uma dose, eu estou aprendendo a usar a minha medida, a minha dose, espero que você aprenda a sua.
E nessa hora não adianta a história que o outro conta, é preciso arregaçar as mangas e experimentar para saber qual será a sua!!!

Sei que nesse post tem algumas contradições, e elas são propositais, pois isso significa que mesmo defendendo algumas ideias, ideais, convicções, teorias, seja lá o nome que você quiser dar para seus pensamentos, em algum momento, vamos nos contradizer.

Até o próximo post!
Abraços,


Dani Martins.


PS: Deixo uma música para me contradizer um pouco mais, rs!  


terça-feira, 4 de junho de 2013

Auto-análise!!!



Queria ser...mas não quero mais, porque no meio do caminho descobri quem sou!

Suponho que eu não seja uma moça simples..dessas que se encontram por aí: livres, leves, soltas e light’s.
Bem que eu queria ser mais aventureira, mais “nem aí”, só que nem me arrisco a ser  porque sei que quebrarei a cara na primeira aventura, eu até faço o propósito, mas meu coração é bobo e ainda acredita no “amor para toda vida” e acabo me encantando por algum detalhe, mesmo que seja mínimo, como: o sorriso, a forma de pegar na mão, a cara de safado, ou até mesmo a citação de “um poeta que eu adoro” em uma voz grave e potente,
E, se for um poema de Fernando Pessoa ainda, aí ferrou de vez, caio de quatro sem ao menos ter percebido. E, se o cara olhar diretamente no meu olho, sou fascinada por olhares intensos, aí eu morro, me desarmo, finjo que está tudo bem, e nesse momento meu SUPER-EGO entra em cena e fica gritando, tentando chamar minha atenção, é claro, e grita incessantemente com aquela voz rouca: “Não é ele, se recomponha e volta a ser racional agora, eu exijo”.. aí internamente eu rio para ele e falo: “quando mesmo que eu fui racional? Quero mais é aproveitar esse momento.”... e pode ser cinco minutos, trinta minutos, eu arrumo um lugar para  esse cara nas minhas fantasias e desisto da aventura e esqueço o propósito. Vou embora para casa e por alguns segundos não sei se aquilo fora um encontro real ou sonho.
Acordo, me recomponho, penso um pouco na aventura, não trocamos telefones, e acredito ser melhor assim, ao menos minhas fantasias não encontrarão forças para insistir em colocar no lugar vazio e reservado qualquer “homem” que aparecer em minha vida.
E a vida segue, e outros encontros surgem, e eu continuo não sendo uma moça disponível para qualquer encontro casual, porque mesmo diante desses anos todos que pesam sobre essa baixinha aqui, eu tenho desejos formados de um “possível outro”, possível porque ele ainda existe apenas dentro de mim, dos meus pensamentos e acredito que ele seja mais real do que eu posso imaginar, mas deixa para lá.
A menina/mulher aqui tem muitos desejos, tem um querer grande de aproveitar a vida e aproveitar não fica só no desejo não, porque é fácil discursar uma história bonita no papel e o real, como fica? Não dá para ignorar as diferenças dos seres, as manias, os trejeitos. E no percurso da vida, até que eu tenho umas belas histórias para contar.
Mas acredito que se você não arriscar conhecer o outro, como pode saber se tem coisas em comum ou se tem muita diferença nas ideias e na forma de olhar o mundo. Eu diria que felizmente só temos cicatrizes se caímos, boneca de vidro não tem cicatriz minha cara, mas também não tem história para contar, não tem vivência, não tem marcas de uma história bonita e nem tão pouco de uma ruim, boneca de vidro não chora, mas também não sorri, não sente, é só aquela imagem que toda garota quis ser um dia, a vida adulta exige mais da gente.
No real é tudo mais real? Sim, no real tudo é verdade, é dor, é alegria, é choro, é riso, ou é bom ou não é, ou ele é lindo ou não é, mas não estou falando do físico, estou falando do bonito por dentro, porque não sei você, mas eu vejo por dentro, quando conheço uma pessoa é como se uma visão de raio-x passasse pelo outro, não me interessa as cicatrizes que este traz no rosto, no braço, nas pernas ou seja lá quão dura tenha sido a vida para ELE, quero saber se o que ele tem dentro sobressaí tudo que tem fora, porque acredito que o que temos fora não contagia o interno, mas o que temos dentro transcende o que somos externamente, e alguns conseguem sentir isso.
Existem pessoas de todos os tipos nesse mundo “de meu Deus”, algumas nos despertam curiosidades, outras nos passam despercebidas, eu sou naturalmente curiosa e isso instiga o meu querer saber do outro, e por isso já sei o que eu quero, e sim eu quero alguém, mas não estou desesperada para encontrar, estou tranqüila, sei que uma boa companhia é bálsamo para o corpo cansado em um dia exaustivo de trabalho, é bom ter com quem contar, para onde ir, é bom dividir alegrias e tristezas, é bom somar. Mas, também é bom ser boa cia para si mesmo... quando souber o que isso significa, saberá que chegou a hora de partilhar sua vida ao lado de alguém, porque você se aceitou por completo, por inteira, com suas qualidades e defeitos.
Quero alguém que caminhe junto, quero alguém que saiba ser sozinho, quero alguém que goste de ler, que goste de ser tocado, que goste de sorrir à toa.. para qualquer coisa e em qualquer situação, talvez goste tanto de gente que sorri e que tem um bom humor, porque me considero séria em alguns momentos e procuro no outro qualidades que admiro e que não possuo, mas  não para completar-me, mas para me contagiar com o brilho desses tantos risos, ah, e como me contagio. Quero alguém que goste de animais, principalmente de cachorros e gatos, que goste de ser olhado despercebidamente ou descaradamente, que deixe-se descobrir, adoro uma cara de mistério e sou atraída inconscientemente por esses caras, o previsível me cansa só de pensar, mas se o mistério estiver muito inacessível também me canso.
Sou uma canceriana procurando o centro do equilíbrio, sabendo que este não é atingível para mim, não gosto dos “rótulos” que esse zodíaco carrega, sou sensível, sou uma amante fiel, sou ciumenta até com meus amigos, mas respeito espaços... sou compreensível, boa ouvinte,  carinhosa, mas me sufoco com excessos, demonstrações de carinho, de amor, de ciúmes, mas vale avisar que me sufoco com a falta dos itens descritos anteriormente também.
Passei um bom tempo “achando” que precisava me reinventar, mas descobri que posso ser eu mesma sem nenhum peso, e hoje carrego somente o necessário, uma alma tranqüila, boas amizades, bons livros, um sorriso escancarado no rosto e muitos sonhos profissionais e pessoais, e sei que a maioria vou realizá-los, os que não derem certo, refaço os trajetos e RE-começo, pois a vida é feito de RE-começos e alguns imprevistos.

quarta-feira, 29 de maio de 2013

Final de um ciclo... Homenagem à sala "X" de Psicologia da Uniararas 2012.



Hoje, quero postar uma homenagem que fiz à sala na qual convive os últimos cinco anos da minha vida. A homenagem foi feita na colação de Grau, realizada no Clube da Saudade em Araras, no dia 24/05/2013 tendo início às 19:30. Fui escolhida pela sala a ser a oradora. Aqui segue a mensagem.
Boa noite a todos, primeiro quero agradecer por me escolherem a ser oradora dessa homenagem à nossa sala. Agradeço a Adriele por me ajudar a dar o pontapé inicial neste texto. E confesso que o pediram para fazermos aqui é sacanagem, falar de uma sala na qual convivemos 5 anos, e resumi-la em alguns minutos é tarefa difícil, mas prometo ao menos TENTAR não chorar, rs.
Quero também aproveitar o ensejo para pedir desculpas, pois todo texto tem muito do autor, e sei que aqui tem muito do que senti e da minha visão perante as vivências nessa sala, e não sei se todo esse conteúdo contemplará os sentimentos e visões de todos vocês que conviveram comigo, mas tentei ao máximo me aproximar das partilhas que tive ao longo dos anos com muitos de vocês.
Felizmente e me desculpe à sala de Sistemas, mas só quem teve o prazer, os sabores e dissabores de ser matriculado nessa sala, sabe como foram intensos esses 5 anos, e hoje depois de tantas vivências, nos resta muita saudade, saudade de reviver alguns momentos e de outros nem queremos lembrar, saudade das aulas que deixamos de prestar atenção e que hoje fazem falta na prática da nossa profissão, sei que o percurso de alguns se fez bem pesada, mas sobrevivemos a tudo isso e estamos aqui, sentimos saudade do espaço físico, mas muito mais dos encontros que se davam naquele espaço, nos corredores, na clínica, no Aquário, até mesmo nas salas de supervisões, e podemos pensar até nos desencontros que houveram lá.
Não sei se todos partilham desse sentimento, mas ao relembrar a nossa sala, vem em mente um trecho da música do Cartola: Peito Vazio que define bem a falta que ainda me faz a nossa sala: “Nada consigo fazer quando a saudade aperta, foge-me a inspiração, sinto a alma deserta...”, (e por aí vai). Nesse início de ano foi exatamente assim que me senti. Depois de tantos barulhos coletivos, não sei vocês, mas me sinto como a andorinha que sozinha não faz verão, mas em alguns momentos precisamos caminhar solitários e assim nos sentirmos gratos por termos uma bela história/estória para contar.             
  Vamos RE-lembrar de algumas cenas que colecionamos dessa nossa sala? Para além das tristezas, esta sala é um grupo de ex-alunos “quentes” diríamos. Se formos deselegantes, diríamos, então que fomos “briguentos”. Em nossa formação sem forma, aqui está uma boa definição para nós? Afinal, que vontade era aquela de expor, falar, contestar. Dramáticos? Talvez, talvez fosse o efeito da boa forma que nos forma? Se behaviorista... podemos dizer que temos aqui nesta mesa, e entre os convidados bons modelos entre os formadores da forma de bons psis. Haviam aulas de formação do humor.. lembram?
Alguém se lembra do Adenilson com cara de aluno perdido olhando nuvenzinhas durante as aulas do começo do curso?
Quem se lembra da Cibele imitando a Camila.. Thalita imitando o Érico em um dia que ele saiu da sala e foi até clínica pegar “não sei o que”, do Matheus Suspiro nas aulas da Dri, cenas clássicas que não poderiam faltar neste discurso.
A criatividade por muito tempo fora nossa maior arma nesta graduação. Até aqui, as marcas são a tristeza, a criatividade e o humor...
Quem se lembra da nossa historiada Adriele no primeiro ano, só faltava ter um lugar na mesa dos professores, contestava tudo e a todos, e não sei vocês, mas por ser nosso primeiro ano, como alguém poderia saber tudo que ela sabia, rs? Tudo tinha que ter um PQ para tudo..e as perguntas sempre foram inesgotáveis para ela e depois de algum tempo para nós também.
Quem se lembra da Thalita Rodrigues quando ia expor alguma ideia ou até mesmo questionar e logo soltava “essa questão”...
Quem se lembra do Gil e aquela palavrinha que aprendemos em uma das aulas mais complexas da História da Psicologia ministrada pelo Érico, ela a tal da especificidade, sem falar do amor transferencial pelas aulas da Cristina Lopergólo “A diva”chamada carinhosamente pelo curso todo de Psicologia.
Quem se lembra da Jussara na aula da Bia falando que seu nome era para ser Branca de Neve? Imaginam as brincadeiras feitas por todos nós, Jú?
Quem se lembra quantas vezes fizemos a Simone Ramalho perder o raciocínio com nossa inesgotável “fome pelo saber”?
Quem se lembra da menina que quis falar sobre o Pró-Uni na aula de Políticas Públicas de Saúde e foi cortada no meio da pergunta? Ops, essa menina sou eu minha gente, e peço o espaço para que não fique nenhum mal entendido: aquela época a minha indagação soou como se eu fosse contra, e o que eu quis dizer, é que muitos que tinham o direito a bolsa, muitas vezes nem sabiam muito se esse era o curso que queriam fazer, hoje eu sei que isso independe de ter ou não uma bolsa, os desafios foram os mesmos para todos nós que resistimos a todos os conflitos internos e externos, a todos os conceitos que muitas vezes ou até hoje ainda nos rondam, nos questionam, nos roubam os sonhos e o sono, e os sobreviventes dessa “Nau-dos-loucos estão aqui e estou falando com eles.
Quem se lembra do espaço cedido na aula da Cris para falarmos da perda irreparável que uma de nossas companheiras mais engraçadas tivera, e talvez ela seja a mais engraçada da sala: Dani Carvalho perdera seu querido pai. Agora eu pergunto: Que curso, que professores, proporcionaria para nós esse momento de sentir a dor do outro? De elaborar o luto junto com ela?
Quem se lembra do Melo escolher para expor suas ideias nos últimos minutos para às 23:20? E todos cansados querendo ir embora, mas ficávamos lá mais um pouco para ao menos não deixá-lo falando sozinho, rs?
Quem se lembra da apresentação na aula de Psicologia e Educação da Turma do Chaves pelas meninas do Grupo XIS?
Quem se lembra das despedidas dos professores que atenciosamente preparamos para alguns, mesmo com todas as nossas correrias? Fabiana, Érico, André, o retorno da Adriana depois de uma cirurgia?
Quem se lembra da expressão da Marina ao falar em público, ao apresentar um trabalho?
Quem se lembra das perguntas gigantescas da Verônica, e não sei vocês, mas o raciocínio dela era tão intelectual que quando ela terminava a questão, eu acabava me perdendo por ainda estar refletindo o começo dela?
Quem se lembra da turma do fundão? Chico e Lucas.
Quem se lembra das risadas da Thaís Viel e da Amanda Furtado nas provas em dupla?
Quem se lembra de uma outra dupla inseparável, Bruna Batelochi e Nathália Leite?
Quem não lembra do grupo da Lígia, a menina mais nova da sala e mais faladeira por sinal?
Quem se lembra do Vini e suas questões polêmicas, mas sempre com muita propriedade?
Quem se lembra da Aline, aquela menina alta que sentava perto da porta e que desistiu do curso? Quem se lembra da Jeniffer, quando o Marquinho mandava um “exú caveira” para que ela ficasse quieta?
Quem se lembra da Rose e sua fala marcada, “Ôh belezinha”?
Quem se lembra da Pipoca, com seus abraços grátis?
Quem se lembra dos Saraus?
Quem se lembra da Ciranda do quarto ano?
Quem se lembra das Festas Juninas na casa do Melo, ou qualquer outra festa?
Quem se lembra da crise do quarto ano, até a crise vivemos coletivamente.
Quem se lembra dos espaços que os professores nos deram para que pudéssemos refletir tudo que estava nos acontecendo. Será mesmo que fomos uma turma diferente? Não sei, pode ser..mas fomos uma sala que soubemos viver em grupo, soubemos trabalhar em grupo, soubemos respeitar as diferenças, crescemos juntos, choramos juntos, brigamos juntos, reivindicamos o que era nosso por direito, batemos boca entre nós mesmos, discordarmos uns dos outros, erramos e soubemos nos redimir, soubemos usar da “escuta”, e hoje estamos aqui juntos, talvez no último evento que nos liga a Instituição na qual estudamos, mas nem por isso vamos deixar de ser a  Turma XIS ou a X turma de Psicologia da Uniararas.
Quem se lembra dos alunos que desistiram ou que mudaram de curso, e os transferiram-se para outras Universidades? Lembram da Patrícia que tinha o cabelo preto e sentava perto da Talita Curtolo. A Marcela que sentava na fileira do meio ela era enfermeira no Sayão? A Fernanda Semensato que perdera a bolsa e não pôde arcar com as despesas? A Elecir que conseguiu bolsa 100% em outra Universidade. O Pedro que sentava no fundão com a Verônica e a Driele. A Marina loira que mudou de curso? A Paula de Iracemápolis? A Milena que engravidou e trancou o curso? A Maria que também mudou de curso? A Danona que também transferiu o curso. Tantas pessoas passaram pela nossa sala, conhecemos tantas pessoas.. e elas não poderiam ser esquecidas, não nesse momento... e tantas pessoas que não foram mencionadas e que sei que alguém se lembra.
São tantas lembranças, gostaria de ter podido estar com cada grupo que fizemos no ventre do maior grupo que foi nossa sala, mas dentre tantos textos para ler, tanto conteúdo para digerir, ainda encontramos muitos momentos para estar juntos... e que pena que não foi possível saber de todas “as cenas produzidas” para acrescentar esse texto, e quem sabe ainda não possamos dividir isso nas festas futuras..
Quem se lembra dos “tchus tchus” que já fizemos ao comemorarmos?? Acho que hoje merecemos um "tchu tchu" coletivo, concordam?
Quero aproveitar para lembrar da Sher que está lá no Maranhão, e pelas manifestações que fizemos nas redes sociais, sabemos o quanto ela gostaria de estar aqui e não pôde por forças maiores. Saiba Sher, que você se faz presente em nós, e parte dessa história também é sua, é nossa.
Nestes 5 anos... tivemos muitas perdas, perdas de identidade, perdas de memórias, perda de noites bem dormidas, perda de roupas (pq emagrecemos ou engordamos), perda de valores,  e talvez uma das maiores perdas, perdemos entes queridos e vimos isso de perto... de  pessoas que estavam tão próximas.
Sei que não foi só a Dani que perdeu um ente querido, lembro de algumas pessoas nesse percurso: o pai da Jél, a mãe da Alice, a mãe da Rose, o irmão da Mayra, a vó da Camis, e tantos outros que eu não tive o conhecimento, perdemos tantas “coisas”, perdemos tantas “pessoas”, mas que bom que não nos perdemos. E não sei vocês, mas não vejo só perdas nesse caminho... ganhamos muito também, ganhamos palavras doces, sorrisos que foram bálsamo nos dias difíceis, ganhamos abraços que nos curaram, ganhamos ombros, mãos, afagos, ganhamos olhares,  ganhamos silêncios necessários para o amadurecimento, mas isso só faz sentido quando caminhamos juntos, quando passamos olhar o nosso sofrimento de uma forma mais ampla, menos fragmentada, quando damos espaço para os encontros se darem, e em nossa sala mesmo diante das dicotomias existentes no singular de cada um, soubemos ser NÓS, tanto na terceira pessoa do plural, quanto nos emaranhamentos desses anos todos, e a colcha de retalhos que costuramos juntos não é linda? É colorida, repleta de boas energias, tem preto, tem branco, tem azul, tem verde, tem roxo, tantas cores... tantas dores, alegrias, tem o humano de cada um, tem os opostos, tem vida minha gente. Dessa luta toda, saímos ainda mais vivos ou será que ainda estamos anestesiados? Não sei, mas sei que cada um consegue responder para si essa pergunta.
Pesquisando uma frase que coubesse nesse instante, encontrei, mas não encontrei as referências dela, professores vamos pular a parte das Normas da ABNT, afinal esse é só um texto escrito sem fonte Times ou Arial, sem tamanho 12, sem os espaçamentos necessários, sem epígrafes, sem introdução, sem meio e sem fim...talvez seja necessário deixar essas regras de lado, quando falamos de assuntos que nos tocam o coração e a alma.
Aqui está a frase: “Dizem que se a saudade não vai embora, é que o amor decidiu ficar.”
Então, meus queridos, isso explica tudo, ele chegou pra ficar...o amor minha gente, é o amor... e sei que existem várias formas de amor e penso que cultivamos ele durante 5 anos, e que possamos cultivá-lo ainda mais a partir de agora, mesmo fora daquelas paredes que possamos levar o amor dentro e fora da gente, e que seja infinito enquanto dure, e pelas minhas contas, pelo tanto de experiência que passamos juntos, matematicamente falando, esse tal de amor sobreviverá nas próximas 4 gerações.
Diante dessa data especial, das homenagens, e desta “despedida” quero fazer a última reflexão com vocês, e imagino que estamos estourando o tempo, mas agora está acabando...Espero que estas não sejam só palavras jogadas ao vento! Espero que nosso brilho interior seja maior que o brilho de nossos vestidos, sapatos e acessórios dessas duas noites, que os conceitos que aprendemos na sala de aula não sejam jamais esquecidos, que o respeito pela diferença seja algo para lutarmos todos os dias, que a cor da sua pele, continue sendo só a cor da sua pele, e que isso não te faça maior nem menor do que a pessoa que está ao seu lado, que todo nosso conhecimento não seja usado jamais para oprimir ou denegrir ninguém, fomos educados e temos um diferencial e que possamos usar isso em favor dos que precisam de nós, como humanos e como profissionais que agora somos. E que nossos pais, amigos, cônjuges, namorados , namoradas e nossos pacientes também não se esqueçam de nos olhar além da Psicologia, que eles não esqueçam que também somos humanos, que não é que pq podemos orientar e trazer sentidos à vida de outras pessoas que as nossas vidas também não precisam vez em quando de cuidados.
          É isso meus queridos, obrigada pelo prazer de dividir esses anos com vocês!!!!