sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Minha carta de alforria de você.



Será que você não percebe? Não percebe que ela já sabe conviver sem sua presença física?

Será que você ainda não percebeu que ela amadureceu? E que hoje mesmo com todo o sentimento ou fantasia que ela carrega de você, ela sobrevive?

Será que você não vê que ela está pronta? Está pronta para amar novamente de uma forma inteira, forma esta que vocês dois nunca puderam amar? Ela está pronta, mas com um diferencial, ela se curou da dependência emocional que você dizia que ela tinha... ela conseguiu superar mais essa, e você foi surpreendido mais uma vez ou não.

E, agora sem pressa, ela vive por aí cantando, rindo, lendo, escrevendo, ora chorando... ela está cuidando mais dela, está fazendo tratamento para não ficar velha tão rápido, afinal, falta pouco para os 30, e mesmo tendo essa “cara” de menininha, ela tem usado uns cremes de anti-sinais e manchas e tem se divertido com isso.

Ela está bem e está vivendo, ela ainda tem aquele jeito doce e ácido ao mesmo tempo, ainda é sensível, e ficou mais forte diante de algumas circunstâncias, como nesta história, por exemplo, e que de alguma forma ela quis viver com você,quis ter uma história de verdade, e sutilmente, do jeito dela... ela te mostrou... mas você fingiu ou realmente não viu. Mas, não se preocupe, agora ela viu que você (real) não é nada parecido com a fantasia que ela tem você, ela sabe que não é você, mas você tem alguns traços que ela atribuiu a essa pessoa que vive na fantasia dela.

Sabe, uma hora alguém bacana vai se aproximar e vai poder estar com ela de uma forma que você nunca esteve, talvez por não ter querido isso de verdade, e por outro lado, o que mais ela não entendia, porque mesmo depois de todas as investidas dela, você também nunca teve coragem de dizer nada, nem um NÃO que fosse, mesmo quando tudo exigia de você ao menos uma posição,você sempre preferiu a distância e o silêncio.

Agora vou te contar, esse seu jeito desestruturava ela de uma forma que você nem imagina, ela patinava há dias até conseguir colocar a bagunça dentro do baú novamente, mas mesmo assim todas as suas idas e vindas foram ensinando ela lidar melhor com isso.

Ela não acredita mais em contos de fadas, e ela sabe que se existir alguém e este aparecer, ela só o deixará entrar...se ele conseguir ser, ela quer alguém que saiba se proteger, que seja tão independente quanto você, mas que não tenha medo de mostrar suas fraquezas... como um dia você fez estando “lá fora”, mas ao chegar de novo “aqui”, se fechou e decidiu endurecer novamente.

Ela entende que você tenha seus medos, sabe que você não sabe lidar com sentimentos e coisas abstratas, ela entende que você não sabe como agir com essas coisas do coração, e ainda, ela sabe que você não quer agir, está cômodo aí, não é? Você conquistou tudo o que você quis, fez tudo que você queria fazer, ela te admira por isso, mas ela não sabe como alguém pode viver sem amor.

E ela pediu para te contar, que um dia desses ela acordou cansada de alimentar isso tudo sozinha, e resolveu colocar um ponto final nessa história da “cabeça dela”, porque ela percebeu que “isso” é só dela, e que você não tem nada a ver com isso, ela esperou muitas coisas vindas de você ainda mais depois desses encontros todos ao longo desses 15 anos, e mesmo sem ter nada do outro lado, ela sempre esperou algo, mesmo que um resumido NÃO, mas nem esse veio, então, como ela não quer mais viver 15 anos nesse “chove não molha”, hoje ela decretou sua liberdade, e essa talvez seja a carta de alforria dela. E, mesmo ela sabendo que você não se interessa muito, ela resolveu te contar.

A partir de hoje, ela estará mais atenta aos olhares alheios, e o mais bacana, ela está ao meu lado ditando essas palavras, ela sorri enquanto dita, nunca a vi tão segura, e ela está em paz... paz essa que há anos não habitava seu ser.

Hoje, ela não quer mais esperar ... ela não vai mais esperar por você, e na verdade acho que ela nunca deveria ter esperado nada de você, não é?

Ela sabe que foi tola, ela sabe que você deve estar rindo, e ela fica feliz que mesmo nesse momento ela te faça rir de alguma forma, ela sempre gostou de te ver rindo, essa risada aí escancarada.

Mas, agora ela vai seguir sozinha... sem você, mas não sem você pessoa, porque você nunca esteve com ela, sem você fantasma, sem as expectativas que ela atribuía a qualquer coisa que vinha de você.

Ela está se sentindo livre para ser sozinha, e mesmo que essa tal companhia que ela está pronta para receber não venha, ela ficará bem.

Ah, e antes de terminar ela me disse para avisá-lo, que ela sente muito por tudo isso ter sido só dela, e mesmo sabendo que ela mexe com você, ela sente muito, porque mesmo finalizando esse ciclo de fantasias, e tirando você dos pensamentos delas que eram diários até então, ela carregará a certeza que vocês seriam muito bons juntos, mas como muitas histórias, essa não era para ser, porque uma relação saudável é feito de duas pessoas inteiras com uma imensa vontade de dividir a vida e o que mais esteja incluso nela! 

terça-feira, 3 de setembro de 2013

Autocontrole

Funciona... mas de vez em quando, mantenha distância!

Tenho aprendido que autocontrole é uma das ferramentas para deixar a vida mais leve, aprendi e ainda aprendo que ora ele funciona como um bálsamo, e você pensa: "ai se eu não tivesse pensado antes de fazer isso, teria sido uma estúpida, ora você se sente uma estúpida por tê-lo usado!"

Portanto, às vezes é melhor manter distância dele, pois ao invés de te ajudar ele acaba por deixar sua vida chata e cheia de dedos.

Como tudo na vida, é preciso uma estabilidade, mesmo que ela não seja contínua, e de verdade, nada na vida é um harmônico e calmo equilíbrio, graças à Deus.

Sabemos, desde sempre que:"tudo que é demais enjoa", com o autocontrole não é diferente, é necessário um tanto de "tato", saber onde usar e como usar, se não, meu caro(a), tudo irá por água abaixo.

No meu caso, por ser uma canceriana nata,por sentir demais e por sempre querer ajudar as pessoas, e exatamente por isso... nessa de ajudar, acabo atrapalhando.

Tenho uma visão um tanto aflorada, e gosto que os amigos próximos me mostrem quando não estou vendo algo racional em determinada situação, e é dessa maneira que eu faço com as pessoas próximas, tento "alertá-las" para um não aborrecimento futuro.

O que acontece é que: nem todas as pessoas querem ou podem ver "o que eu vejo", nessa hora entra o autocontrole, nessa hora ele vai agir como  uma contenção da minha vontade de querer que o outro não cometa um erro "que na minha concepção viria a ser um erro", aí, com toda minha razão... paro, penso e analiso, ainda, respiro... penso mais um pouco, silencio e deixo que o outro seja, que ele experimente aquilo que na minha vivência não foi "legal", mas que para ele pode não ter sido tão ruim, e,  mesmo que tenha chegado a ser ao menos ele pôde experienciar em sua própria pele.

Acredito, que o autocontrole muitas vezes falta nos pais,por exemplo, eles desejam que seus filhos não cometam as mesmas falhas que eles ou que não passem por situações que eles mesmos passaram (imagino que não façam por mal), então, eles "invadem" a vida de seus filhos com algumas regras absurdas e muitas vezes projetam neles o que eles não puderam ser, ou não tiveram como ser, ao invés de ter uma simples conversa, para que ele possa escolher o que fazer.


Faço um adendo aqui que a citação acima foi apenas um comparativo e em nenhum momento estou generalizando a forma de educar dos pais para com seus filhos, citei exemplos de situações que presenciei e que fizeram parte da minha vida e que elucidam o tema deste post.


E, para mim, ser pai também é ter autocontrole, é aceitar que aquele "serzinho que eu gerei" também pode ser, por mais que doa, por mais difícil que aparente...aprender a "me segurar", isso é se controlar.

Eu passei a entender que não é porque eu passei por uma situação semelhante a do outro, significa que vai ser tão doído para ele quanto foi para mim ou vice-versa, cada um experiencia a mesma situação de formas totalmente distintas, porque cada um tem dentro de si uma história.

Como ainda não sou mãe, esse exemplo dos pais ficará somente na teoria, mas também vou deixar outros exemplos que na prática funcionam para mim.

Vamos lá, digamos que você se interesse por alguém, mas por ainda não saber onde está pisando.. você não sabe se a recíproca é verdadeira, a priori você tentará saber se a pessoa tem alguém, se ela tem os mesmos gostos que você, certo?

Nesse momento, você começa "uma investigação" toda cuidadosa e cautelosa sobre o outro, isso tem um tanto de autocontrole, porque querendo ou não, você não vai sair invadindo a privacidade do outro, certo? E, depois de um tempo, vocês vão se conhecendo, vão sabendo dos gostos e essa relação pode vir a progredir.

Mas com determinadas pessoas isso não é possível, porque algumas pessoas se controlam tanto, controlam tanto seus sentimentos que mesmo que exista alguma certeza do além, você ficará com a certeza concreta de que realmente essa pessoa não dá a mínima para você.

E aí o autocontrole deve entrar em ação, como?
Reduzindo a frequência do contato, porque se não é recíproco, não é saudável, concorda?
E se não é saudável, porque manter?

Na minha visão, existem duas vertentes para o autocontrole, e uma delas eu não faço questão de aprender, e, logo, falarei para você meu motivo.

A primeira forma de aprender a usar o autocontrole é para mim a mais saudável, é uma ação para seu próprio bem-estar, que te orienta, que é quando você não é aliado de impulsos, como por exemplo: se alguém te fala umas verdades e isso te fere, você tem duas opções: na hora da raiva falar tudo que vier na mente e acabar "perdendo a razão" ou ainda assim se acalmar, pensar no que falar de forma que não fira o outro, e mais uma situação: não falar nada. Nos dois últimos exemplos, você terá uma contenção de emoção... tomado pela razão, você pensará na sua ação, essa reflexão já está utilizando do autocontrole, e nesse caso, só vejo benefícios, porque em primeiro lugar, você se cuidou e por consequência cuidou do outro, na forma de expor ou de não se expor. 

Na primeira opção que eu dei, na hora da raiva, você esquece tudo que é racional e deixa toda a sua ira tomar conta, e responde na mesma altura da crítica, não que esteja errado, mas não há amadurecimento, não há crescimento para nenhuma das partes.

Aí vocês me perguntam, mas eu sempre vou ter que me controlar? Eu digo que não! Não, porque somos humanos, terá dias que as emoções falarão mais alto, mas depois de ter aprendido a colocar em prática o autocontrole você saberá quando usar ele a seu favor e mesmo que de vez em quando aconteça umas escorregadas, você ao menos já sabe, como usá-lo, certo?

A vertente que eu sou contra, é quando usamos o autocontrole para nos controlar em todas as nossas ações, e esta não é uma opção saudável a meu ver, porque aí você passa a controlar tudo, seus sentimentos, a forma como irá tratar as pessoas, a forma como interagir com as pessoas, e aí tudo fica automático, e você deixa de agir como ser humano que é, ora o autocontrole funcionará e ora não, e não precisamos nos sentir mal por isso, porque em humanos nada terá papel irreversível, falhar é algo para nosso crescimento, e se não fossem os erros não haveriam aprendizados.

O autocontrole é só mais uma forma de defesa de nós mesmos perante a tantas situações da vida, pois, no mundo que vivemos hoje as pessoas se controlam mesmo e algumas demasiadamente, e em algumas situações devemos manter distância desse controle, principalmente: quando entramos em contato com a dor do outro, com questões que necessitam de nossa opinião ou de nosso movimento, movimento esse que exige de nós emoção.

Para tudo existe uma dose, eu estou aprendendo a usar a minha medida, a minha dose, espero que você aprenda a sua.
E nessa hora não adianta a história que o outro conta, é preciso arregaçar as mangas e experimentar para saber qual será a sua!!!

Sei que nesse post tem algumas contradições, e elas são propositais, pois isso significa que mesmo defendendo algumas ideias, ideais, convicções, teorias, seja lá o nome que você quiser dar para seus pensamentos, em algum momento, vamos nos contradizer.

Até o próximo post!
Abraços,


Dani Martins.


PS: Deixo uma música para me contradizer um pouco mais, rs!