quarta-feira, 2 de novembro de 2011

O tom do amor!

Hoje, estava aqui em casa procurando músicas novas, e por um acaso começo "escutar" e ver as letras do Paulinho Moska... e quando vejo essa letra, nem sei exatamente dizer o que cada palavra causou em mim, mas de alguma forma," deu aroma, sabores".. há algumas vontades e desejos guardados.
E que vontade que dá de ter o coração preenchido pelo amor, pela companhia de alguém que dispõe do mesmo sentimento, que esteja na mesma sintonia, no mesmo "tom do amor",que esteja a fim de arriscar, de se doar, e penso que o amor é mais que isso, é percorrer por um lindo caminho, caminho este que pode ser comparado ao diamante, pois existem duas vontades em comum, que necessita de um tanto entusiasmo dessas partes, pois o diamante é lindo, mas passa por um processo muitas vezes dolorido para ser lapidado, diamante esse que sou e que é você... o bom do amor é a companhia, a troca,  partilhas, e nesse movimento os desejos começam a se realizar.
É, tão bom conhecer alguém que seja diferente de você, mas não muito diferente... precisa ter um tanto de equilíbrio nessa distonância, como o gosto de músicas parecidos, o gosto de comidas, os mesmos lugares, porque depois de um tempo, o que é legal, passa a ser um saco, pois no começo é difícil separar o real, das ilusões, das fantasias e das idealizações (mas acredito que a idealização faz parte de toda relação, faz bem na medida certa) que deixam tudo lindo e perfeito... o que estou falando, dispensa tudo isso, lindo é olhar para o outro ver os seus defeitos e amá-lo na mesma intensidade que se ama as qualidades, e esse tem sido o maior desafio do amor. 
Mas, penso que ainda precisa um tanto de curiosidade de saber quem é o outro, como ele pensa, o que ele gosta, como ele foi com outras pessoas, onde estão suas raízes, suas crenças, e nessa troca, você sempre amadurece, cresce e aprende, novos gostos, novos lugares, novas ideias, novos olhares sobre as mesmas coisas, mas aprende uma nova forma como o outro vê e sente o mundo.. e quando essas relações se dão numa linha de sintonias mesmas, não existe palavras que descrevam, é só sentindo mesmo.
Será que você que está lendo isso, já amou alguém também pelos seus defeitos. Eu já, algumas vezes.. porque me considero intensa, e é disso que tenho saudade, de conseguir olhar para o outro também nos defeitos.. porque o perfeito não existe, mas o bonito é saber que existem algumas perfeições até nos defeitos... porque o que é defeito para você, pode ser a maior qualidade do outro... e quando o outro se mostra nos defeitos, você aprende a deixar alguns conceitos de lado, porque o outro te ensina e mostra em gestos e atitudes o ser autêntico que ele é.


Me sinto bem, falando sobre assuntos tão complexos como o amor, sentimento tão universal, mas ao mesmo tempo, tão escasso, tão difícil de ser encontrado na sua essência, sinto uma certa superficialidade na pessoa que diz que ama nos dias de hoje, porque o amor parece que virou barganha, moeda de troca, sempre espera-se muito do outro, e esquece-se de si, e como alguém pode esperar o amor do outro, se não tem ele dentro de si?
Enfim, estou em um bom momento da minha vida, estou em um grande desafio, de me conhecer, de olhar para mim mesma e pensar muitas coisas, como o amor, por exemplo.
Embora, alguns pensamentos sempre rondam minha mente, estou tranquila, porque partilho da frase do Fernando Pessoa, e como acredito nela: "Tudo que chega, chega sempre por alguma razão."
E, sei que meu momento vai chegar, hoje não busco um amor, não quero encontrar nada, nem ninguém, já procurei demais, e algumas vezes me decepcionei, hoje prefiro cultivar meu jardim, quero ser encontrada, e sentir esse sabor, esse aroma, e sei que isso vai acontecer em algum momento, talvez no momento... exato.
Sinto as vibrações, e elas são boas!
Espero estar certa disso ;)


Agora, vamos a música do Moska... ;)

O Tom do Amor - Paulinho Moska
O amor vai te contar um segredo, não precisa ter medo, nem sair correndo.
O amor nasce pequeno, cresce, fica estupendo, às vezes o amor está ali.
Você nem tá sabendo, o amor tem formas, formas, aromas, vozes, causas, sintomas.
O amor...
É mãe, é filho, é amigo, às vezes num canto esquecido existe amor, antigo, antigo.
O amor que cuida, parte e assusta, que erra e pede desculpas.
Às vezes, o amor quer ferir, e se cura doendo...
O amor tem formas, formas, aromas, vozes, causas, sintomas.
É pausa, silêncio, refrão, e explode nessa canção.
O AMOR VAI TE CONTAR UM SEGREDO...
Fica atento, repara bem que o meu amor é todo seu...
ANTIGO.






segunda-feira, 29 de agosto de 2011

...um oceano dentro de mim

Tenho andado por lugares tão profundos, entre "o conhecido" e "o desconhecido",  que me habitam. 
O conhecido dá prazer percorrer, é entusiasmante passear por cada canto e fresta, é seguro, certeiro, posso ir até de olhos fechados e, são por eles que encontro possibilidades de seguir em frente.. possui vida e muita vontade de viver.
Já o desconhecido, me dá medo, é frio e escuro, não tenho segurança e meus olhos sempre estão vendados, por mais que me adentre nele, tenho a sensação de uma força estranha que me afirma o que aprendi em alguma aula complexa de Psicanálise: "ninguém é senhor em sua própria casa", caminhar pelo meu "EU" desconhecido, me abala, me tira do centro, do chão, me perturba, me arrasa, me enche de emoções que não sei ao certo como descrever e discriminar.
E, para chegar ao desconhecido, é necessário o mergulho, e quanto mais mergulho me falta o ar, e a vontade de permanecer na superfície é tão grande, tão forte, fico dividida, entre o que eu conheço e o que eu não conheço, mas como em toda escolha existem perdas e ganhos... seria "eu louca" de permanecer na superfície, no conhecido, sem ao menos me aventurar no desconhecido? Mesmo sabendo que não encontrarei as belas e lindas poesias, mas me permito adentrar nesse escuro... com alguns fantasmas e monstros do "lago dani's", e também com o pouco ou o muito que disponho a conhecer, a escutar. Será que estou pronta para tudo que o desconhecido m revelará? Será que suportarei a dor? Será que sairei a mesma? Dessa pergunta já tenho a resposta e, tenho certeza que não serei a mesma, já não sou a mesma depois dessa escrita.
Por mais sofrimento que "esse passear" cause em mim, não quero mesmo estar na superfície, só quero vir para a superfície para respirar, para voltar a minha essência, aquela que conheço e, que me remete às coisas boas, às minhas seguranças.
Eu quero saber o que me instiga a conhecer esses caminhos "doídos" do desconhecido, o que me afeta tanto, e o porque me arranha?
Agora, que optei por esse mergulho, não deixarei de mergulhar a cada dia mais fundo na descoberta dos escombros, dos pedaços que precisam ser juntados e trazidos para superfície juntamente comigo, com o que conheço, para que de alguma maneira "faça sentido".. porque dos cacos que busquei, ao mesmo tempo que são cacos, são como diamantes quando unidos ao conhecido, "caco" porque fere, sangra e dói, diamante porque acrescenta e brilha, porque dá ainda mais sentido ao que já existe, ao que é vivo... palpável, inteligível.

Acredito nos benefícios que esse "arranhar-me a alma" me farão e me trarão... e, Fernando Pessoa vem mais uma vez me dizer: "Tudo que chega. chega sempre por alguma razão." E, que essa razão seja, ou ao menos chegue perto dos sabores doces que se é viver em paz, mesmo que só de vez em quando, mesmo que não seja em sua plenitude, porque sei que não é possível, e além do que, não acredito em um verdadeiro crescimento sem um mínimo de sofrimento, um doar-se, despojar-se, mas me arrisco na mistura entre o real e o imaginário, que é necessária, para que "o viver bem", possa passar pelos sonhos, e para que as lágrimas escondidas, engasgadas e os choros contidos, valham a pena e, que no final o grito possa ser libertador, sem fantasmas, sem hipóteses, apenas um grito libertador... e que nesse grito, seja permitido "me conhecer nele" , mesmo que só os esboços, mesmo que as verdades absolutas sejam cartas fora do baralho! Quero apenas, me conhecer.. mesmo que um pedaço, um terço, um décimo.. me conhecer! Simples assim... ou não tão simples assim.

Versão de sentido: Alívio! Terapia!

Beijos e Abraços.

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Tudo o que eu preciso...


 
"Tudo o que eu preciso para viver carrego sem ocupar as mãos.
Tudo o que eu preciso para ser feliz não se transporta numa caixa, não se guarda numa bolsa, nem pesa nos ombros.
Carrego comigo o que é possível para me movimentar livre, nesse mundo tão cheio de coisas.
As coisas que eu carrego não têm peso, nem forma, nem volume.
São coisas que me alimentam sem que eu precise comer.
Que me locomovem sem que eu precise caminhar.
Que me alegram sem que eu precise comprar.
Carrego comigo a sabedoria herdada dos meus pais.
A dignidade conquistada com o meu trabalho.
As lições aprendidas na dor.
O amor dos meus afetos.
E a força da minha fé.
Com isso eu posso ir mais longe do que qualquer viajante carregado de bagagem.
Assim fica mais fácil viver e andar por aí.
Porque coisas ocupam espaços, atravancam caminhos, bloqueiam a visão.
As coisas que não cabem no coração, pesam nos braços."


Agora, façamos o exercício do pensar sobre esse belo poema, como é complexo.. carregar só o que eu preciso e acredito, só o que é meu, porque mesmo constituído de uma essência, ela não é pura, porque sou transitado e atravessado pela ação do outro...e o mais interessante que todas essas "coisas" que eu preciso... depende de outrem, e algumas vezes isso pode arranhar o que eu sou, e como isso pesa sim...porque em algum momento,  faz-se necessário abandonar o que se acredita, para aceitar o novo, a nova visão, o novo argumento, o que antes era sem sentido, passa a ter sentido... e você percebe que nada é absoluto, nem verdades, nem mentiras, nem utopias, ciências, que você é um ser em constante... constituição.. e em algumas situações, você verá a a necessidade de abandonar as velhas babagens e aceitar as novas. E pergunto eu...você tem conseguido abrir mão das velhas bagagens para a entradas das novas? 
Será que é possível abandonar as velhas bagagens por completo, acredito que não, porque existem raízes em mim, e algumas são tão profundas, que por mais que eu queira que elas sejam cortadas... ou substituídas seria impossível fazer com que essas marcas fossem apagadas. É como se eu quissesse me constituir do zero.. e uma vez nascida, existem marcas que como o próprio nome diz... ficam até o fim da minha existência... e, não tem como "desmarcar"!
Finalizo com uma frase do filme "Garota Interrompida" que explicita como é forte a ação do outro em mim (em nós) e, como muitas vezes nos sujeitamos, deixamos nossas vontades, o que ainda faz sentido, para que o outro exerça sua vontade, para que seja realizado seus desejos.
Finalizo e vos segue o trecho:
"[...] como você se fere por fora tentando matar  o que tem por dentro..." 

Beijos e abraços!

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Quem é você?

Olá, pessoas, faz tempo que não escrevo. A verdade é que penso muito nos assuntos e me perco.
Bom, esse título tem muito a ver sobre meus pensamentos  sobre esse capitalismo que vivemos, na forma como temos que encarar os acontecimentos do dia-a-dia e o que me deixa um tanto apreensiva é a maneira como estamos nos tornando a cada dia, sujeitos mecânicos, fantoches, nas mãos do objeto de nosso desejo, seja este o trabalho, o  estudo, tudo que nos faz perder a essência, a autonomia, nos faz perder os sentimentos, e assim nossa própria identidade.
Quero apresentar a vocês essa frase: " A  necessidade de mostrar ao mundo um semblante feliz é uma das grandes fontes de infelicidade". Contardo Calligaris.
Você deve estar imaginando onde estou querendo chegar com esse assunto; sinto lhe informar que não quero te convencer de nada e nem chegar à lugar algum, simplesmente quero um espaço no qual possa exprimir meus sentimentos sobre tudo que sinto, penso e vejo, longe de mim generalizar, mas pense quantas pessoas tem suas vontades sufocadas pela mídia, por uma fantasia antiga de acreditar no que as pessoas vão pensar se expor suas ideas e pensamentos a respeito de um assunto, preferem a moda, a marca, status, ao invés da busca de sua própria identidade, pois essa é sua, e não está no outro, está em você, mas vale a ressalva que a todo tempo somos atravessados pelo outro, mas temos nossa essência, aquilo que é nosso e não do outro.
É estranho pensar que pessoas que só se sentem mais bonitas, mais auto-suficientes quando se vestem, se maqueiam, não que isso não seja válido, porque acho que é, mas não é tudo, é só um detalhe.
E a essência, ´é só uma mera qualidade ultrapassada pela Sociedade do Espetáculo?
Faça uma simples pergunta para você mesmo: Quem é você? Quais suas qualidades como ser humano? O que você nunca mudaria em você por nada?
Você é alguém com qualidades e virtudes, ou alguém modelou você, te impôs regras e ditou o que comer, o que vestir e te mostrou o que você deve ser no reflexo de um espelho.
Te importa mais o que você é por fora, ou que você carrega dentro de você?

Bem-Estar é diferente de prisões.
Pensem.
Até a próxima.