terça-feira, 4 de junho de 2013

Auto-análise!!!



Queria ser...mas não quero mais, porque no meio do caminho descobri quem sou!

Suponho que eu não seja uma moça simples..dessas que se encontram por aí: livres, leves, soltas e light’s.
Bem que eu queria ser mais aventureira, mais “nem aí”, só que nem me arrisco a ser  porque sei que quebrarei a cara na primeira aventura, eu até faço o propósito, mas meu coração é bobo e ainda acredita no “amor para toda vida” e acabo me encantando por algum detalhe, mesmo que seja mínimo, como: o sorriso, a forma de pegar na mão, a cara de safado, ou até mesmo a citação de “um poeta que eu adoro” em uma voz grave e potente,
E, se for um poema de Fernando Pessoa ainda, aí ferrou de vez, caio de quatro sem ao menos ter percebido. E, se o cara olhar diretamente no meu olho, sou fascinada por olhares intensos, aí eu morro, me desarmo, finjo que está tudo bem, e nesse momento meu SUPER-EGO entra em cena e fica gritando, tentando chamar minha atenção, é claro, e grita incessantemente com aquela voz rouca: “Não é ele, se recomponha e volta a ser racional agora, eu exijo”.. aí internamente eu rio para ele e falo: “quando mesmo que eu fui racional? Quero mais é aproveitar esse momento.”... e pode ser cinco minutos, trinta minutos, eu arrumo um lugar para  esse cara nas minhas fantasias e desisto da aventura e esqueço o propósito. Vou embora para casa e por alguns segundos não sei se aquilo fora um encontro real ou sonho.
Acordo, me recomponho, penso um pouco na aventura, não trocamos telefones, e acredito ser melhor assim, ao menos minhas fantasias não encontrarão forças para insistir em colocar no lugar vazio e reservado qualquer “homem” que aparecer em minha vida.
E a vida segue, e outros encontros surgem, e eu continuo não sendo uma moça disponível para qualquer encontro casual, porque mesmo diante desses anos todos que pesam sobre essa baixinha aqui, eu tenho desejos formados de um “possível outro”, possível porque ele ainda existe apenas dentro de mim, dos meus pensamentos e acredito que ele seja mais real do que eu posso imaginar, mas deixa para lá.
A menina/mulher aqui tem muitos desejos, tem um querer grande de aproveitar a vida e aproveitar não fica só no desejo não, porque é fácil discursar uma história bonita no papel e o real, como fica? Não dá para ignorar as diferenças dos seres, as manias, os trejeitos. E no percurso da vida, até que eu tenho umas belas histórias para contar.
Mas acredito que se você não arriscar conhecer o outro, como pode saber se tem coisas em comum ou se tem muita diferença nas ideias e na forma de olhar o mundo. Eu diria que felizmente só temos cicatrizes se caímos, boneca de vidro não tem cicatriz minha cara, mas também não tem história para contar, não tem vivência, não tem marcas de uma história bonita e nem tão pouco de uma ruim, boneca de vidro não chora, mas também não sorri, não sente, é só aquela imagem que toda garota quis ser um dia, a vida adulta exige mais da gente.
No real é tudo mais real? Sim, no real tudo é verdade, é dor, é alegria, é choro, é riso, ou é bom ou não é, ou ele é lindo ou não é, mas não estou falando do físico, estou falando do bonito por dentro, porque não sei você, mas eu vejo por dentro, quando conheço uma pessoa é como se uma visão de raio-x passasse pelo outro, não me interessa as cicatrizes que este traz no rosto, no braço, nas pernas ou seja lá quão dura tenha sido a vida para ELE, quero saber se o que ele tem dentro sobressaí tudo que tem fora, porque acredito que o que temos fora não contagia o interno, mas o que temos dentro transcende o que somos externamente, e alguns conseguem sentir isso.
Existem pessoas de todos os tipos nesse mundo “de meu Deus”, algumas nos despertam curiosidades, outras nos passam despercebidas, eu sou naturalmente curiosa e isso instiga o meu querer saber do outro, e por isso já sei o que eu quero, e sim eu quero alguém, mas não estou desesperada para encontrar, estou tranqüila, sei que uma boa companhia é bálsamo para o corpo cansado em um dia exaustivo de trabalho, é bom ter com quem contar, para onde ir, é bom dividir alegrias e tristezas, é bom somar. Mas, também é bom ser boa cia para si mesmo... quando souber o que isso significa, saberá que chegou a hora de partilhar sua vida ao lado de alguém, porque você se aceitou por completo, por inteira, com suas qualidades e defeitos.
Quero alguém que caminhe junto, quero alguém que saiba ser sozinho, quero alguém que goste de ler, que goste de ser tocado, que goste de sorrir à toa.. para qualquer coisa e em qualquer situação, talvez goste tanto de gente que sorri e que tem um bom humor, porque me considero séria em alguns momentos e procuro no outro qualidades que admiro e que não possuo, mas  não para completar-me, mas para me contagiar com o brilho desses tantos risos, ah, e como me contagio. Quero alguém que goste de animais, principalmente de cachorros e gatos, que goste de ser olhado despercebidamente ou descaradamente, que deixe-se descobrir, adoro uma cara de mistério e sou atraída inconscientemente por esses caras, o previsível me cansa só de pensar, mas se o mistério estiver muito inacessível também me canso.
Sou uma canceriana procurando o centro do equilíbrio, sabendo que este não é atingível para mim, não gosto dos “rótulos” que esse zodíaco carrega, sou sensível, sou uma amante fiel, sou ciumenta até com meus amigos, mas respeito espaços... sou compreensível, boa ouvinte,  carinhosa, mas me sufoco com excessos, demonstrações de carinho, de amor, de ciúmes, mas vale avisar que me sufoco com a falta dos itens descritos anteriormente também.
Passei um bom tempo “achando” que precisava me reinventar, mas descobri que posso ser eu mesma sem nenhum peso, e hoje carrego somente o necessário, uma alma tranqüila, boas amizades, bons livros, um sorriso escancarado no rosto e muitos sonhos profissionais e pessoais, e sei que a maioria vou realizá-los, os que não derem certo, refaço os trajetos e RE-começo, pois a vida é feito de RE-começos e alguns imprevistos.